sexta-feira, janeiro 28, 2011
Itajaí será a parada na América do Sul da Volvo Ocean Race 2011/2012
Itajaí foi anunciada oficialmente como a única parada na América do Sul da Volvo Ocean Race 2011/2012, a mais tradicional e emocionante regata de volta ao mundo. O anúncio foi feito pelo CEO da VOR, o norueguês Knut Frostad, no Castelo Montemar, no Morro da Cruz. Desta forma, o Porto de Itajaí substituirá em março de 2012 a Marina da Glória, no Rio de Janeiro. A Volvo Ocean Race parou no Rio em suas últimas três edições.
"O desafio da Volvo Ocean Race é muito grande e a parada no Brasil é especial porque os participantes virão de cerca de 40 dias em alto mar, na etapa mais cansativa da regata", lembrou Knut Frostad, que foi tripulante do Brasil 1 em 2005/2006. "Estamos muito satisfeitos que Itajaí seja a parada brasileira da Volvo Ocean Race 2011/12. A cidade será sede da final desta perna dramática, que leva as equipes através do Oceano Antártico e ao redor do famoso Cabo Horn. Um lugar onde icebergs, baleias, ondas enormes e ferozes e temperaturas frias são lugares-comuns."
Os organizadores da regata, que leva muitas vezes os participantes ao limite de suas forças, já confirmaram a largada em Alicante, na Espanha, e outras cinco paradas e a chegada: Cidade do Cabo (África do Sul), Lorient (França), Lisboa (Portugal), Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) e Sanya (China). A regata terminará em Galway, na costa Oeste da Irlanda.
A escolha de Itajaí foi motivada por ficar no centro de um grande polo populacional, próximo ao Balneário de Camboriú e a apenas 7 quilômetros do Aeroporto de Navegantes, a 81 km do Aeroporto de Joinville e a 106 km do
Aeroporto de Florianópolis.
Itajaí foi erguida no encontro do rio com o mar e tem a sua história ligada à navegação. A cidade cresceu pela força das velas dos navios portugueses que primeiro colonizaram a região, no século XVIII. E também pela força das velas que trouxeram os navios de imigrantes alemães e italianos para o Porto de Itajaí no século XIX. "É uma honra para nossa cidade reviver em suas águas o espetáculo das velas e representar Santa Catarina e o Brasil na Volvo Ocean Race, uma importante competição à vela", disse o prefeito Jandir Bellini.
Itajaí, em particular, e Santa Catarina, como um todo, terão uma excelente oportunidade de desenvolver negócios e impulsionar o turismo durante a parada e em todos os outros portos que hospedarão os barcos, as equipes e a complexa estrutura de organização do evento. "É uma área muito importante no Estado de Santa Catarina, em desenvolvimento acelerado, que ganhará uma enorme promoção, com a presença de turistas com alto poder de consumo e jornalistas de todo o mundo e do Brasil", comentou Alan Adler, executivo da Brasil1, responsável pela organização das três últimas paradas no Brasil, em 2002, 2006 e 2009.
Para o ex vice-governador do Estado, Leonel Pavan, que substituia Luiz Henrique da Silveira, que se elegeu senador, a parada da Volvo mostra a capacidade local de organização e administração de eventos de grande porte. "Santa Catarina tem conquistado os mais importantes prêmios nacionais como melhor destino turístico e pode mostrar sua força econômica e na geração de negócios. É com grande orgulho que Itajaí e região recebe a maior regata de circum-navegação do planeta, comprovando nossa capacidade de organizar e administrar grandes eventos."
O deputado federal Paulo Bornhausen, que ajudou a trazer o evento para Santa Catarina, comemora a escolha da cidade. "Temos sempre de sonhar alto e de tentar viabilizar a organização de eventos de grande visibilidade para mostrar todo o potencial de nosso Estado."
Atual campeão - O Brasil teve uma atuação bastante ativa nas duas últimas edições da Volvo Ocean Race. Em 2005/2006, o barco Brasil 1 terminou em terceiro lugar, com uma tripulação predominante nacional. Já em 2008/2009, o comandante Torben Grael levou o Ericsson 4 à vitória. Por causa dessa conquista, o brasileiro, maior ganhador de medalhas olímpicas do Brasil e do esporte, foi escolhido pela Federação Internacional como o melhor velejador de 2009.
"A Volvo Ocean Race é uma competição emocionante e acho muito legal que Itajaí seja a parada Sul-Americana. Esta cidade tem uma ótima infraestrutura portuária e ótimos profissionais do ramo náutico que poderão ajudar todas as equipes participantes", comentou Torben, também presente à cerimônia.
Lars Grael, dono de duas medalhas olímpicas e velejador de Star, concorda com a opinião do irmão e elogia a vela brasileira. "Tivemos aqui uma vontade evidente de governo para receber a parada e a vocação náutica de Itajaí certamente foi decisiva. Temos de lembrar o constante sucesso da vela brasileira, que acaba de conquistar com a equipe feminina de match race a medalha de ouro no Mundial Militar dos Emirados Árabes."
O Porto de Itajaí é considerado um dos mais competitivos do País. Suas instalações têm mais de 15.000 m² de área coberta para estocagem de produtos e 38.000 m² de área descoberta para armazenagem de contêineres. Os usuários do Porto de Itajaí têm à disposição mais de 70 equipamentos, com capacidade de 1 a 37 toneladas para auxílio na carga e descarga de mercadorias. Tudo conforme padrões internacionais de segurança.
O Porto de Itajaí conta ainda com uma Estação Aduaneira de Interior (porto seco), totalmente alfandegada e sincronizada com o Porto, com 31.500 m² para armazenagem coberta e pátios de armazenagem de contêineres com mais de 120.000 m² de área.
Colonizada, em sua maioria, por imigrantes açorianos, a cidade faz questão de preservar a cultura de seus antepassados. Poucas são as cidades onde a natureza e o progresso convivem em perfeita harmonia. Com aproximadamente 180 mil habitantes, situada no litoral norte de Santa Catarina, é um desses raros casos em que o desenvolvimento social caminha lado a lado com a preservação de suas características naturais e culturais.
A cidade é de clima agradável e apresenta um bom nível de vida. A excelente localização geográfica, a Universidade, o bom nível de vida, a infraestrutura, o porto, os atrativos turísticos e o povo hospitaleiro caracterizam o município que desponta promissor no cenário catarinense.
Está situada na foz do rio Itajaí, a meio caminho entre a capital de Santa Catarina, Florianópolis, e a cidade catarinense mais populosa, Joinville. Assim sendo, é o escoadouro natural da economia estadual e agora também de províncias argentinas limítrofes. É sede da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí-Açu e sede também da Capitania dos Portos de Santa Catarina.
Como organizadora das três últimas paradas da regata no País, a Brasil 1 pode afirmar que Itajaí oferecerá as melhores condições de infraestrutura para receber de 10 a 12 barcos previstos para competir, excelentes condições de vento e geografia para realizarmos as regatas locais com proximidade do público.
A intenção é trabalhar para promover o Estado de Santa Catarina para os 3 milhões de visitantes esperados nas oito paradas da regata.
Durante a parada em Itajaí, o público terá uma verdadeira plataforma de entretenimento, envolvendo todos os aspectos da regata, como cinema 360 graus em alta definição, regatas de barcos com rádio controle, competição de manusear cabos das embarcações, visita aos veleiros participantes, simulador de regatas, além de shows musicais, atividades culinárias e palestras, entre muitas outras atrações.
O trecho mais difícil da competição, criada em 1973, é justamente o que terminará em Itajaí. Os homens e os barcos Open 70 devem chegar muito castigados à única parada na América do Sul, prevista para março de 2012.
Mesmo com toda a moderníssima tecnologia, que inclui comunicação, transmissão de dados via satélite e aparelhos GPS individuais, que devem ser usados por todos os velejadores, em caso queda no mar, pois eles precisarão de resgate urgente porque em poucos minutos as águas geladas do Atlântico Sul podem levar qualquer um à morte, a vida não se torna mais fácil a bordo.
Dormir pouco - geralmente turnos de quatro horas -, comer alimentos desidratados e beber água potável feita a partir de água recolhida do mar já seriam obstáculos enormes, sem contar com o convívio diário e difícil num grupo pequeno de tripulantes disputando espaço num veleiro construído para andar cada vez mais rápido e em condições espartanas.
Além de todas as situações anteriores, a parada em Itajaí será o descanso dos velejadores e o local de reparo dos barcos depois de ultrapassarem um dos maiores desafios dos mares: o Cabo Horn, reconhecido por ser um dos lugares mais inóspitos do planeta.
Todas essas dificuldades são recompensadas com o término da regata. A Volvo Ocean Race atravessa quatro oceanos e cinco continentes, totaliza 37 mil milhas náuticas (mais de 68 mil quilômetros), com oito meses de duração.
A edição de 2008/2009, vencida pelo Ericsson 4, do comandante brasileiro Torben Grael, foi um enorme sucesso de mídia e público. O site volvooceanrace.org teve 40.600.928 visitantes únicos, totalizando um aumento de 15,7% em relação à regata de 2005/2006. Só no dia 15 de junho de 2009, quando Torben Grael levou seu barco à vitória 200.351 pessoas visitaram o site volvooceanrace.org.
A competição teve 1,619 bilhão de leitores em jornais, 1,327 bilhão de telespectadores de TV e 1,168 bilhão de ouvintes de rádio. No site, 160.000 downloads de imagens foram feitos.
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